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26 de Abril de 2024
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    Sessão homenageia mortos e torturados do regime militar

    Dois acontecimentos reforçam os debates na Assembleia Legislativa nesta semana. A entrega do Título de Cidadão Maranhense ao filósofo, jornalista e professor Alípio Cristiano de Freitas e o lançamento da campanha "Direito à memória e à Verdade", alusiva ao reconhecimento do estado brasileiro de sua responsabilidade frente à questão dos opositores políticos que foram perseguidos, torturados e mortos pelo aparelho repressivo do regime militar.

    A sessão especial para os dois acontecimentos foi convocada pela deputada Helena Barros Heluy (PT) que evoca no ofício em que convida o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, para participar da sessão, o reconhecimento à caminhada dos perseguidos torturados e mortos para prevalecerem a democracia e o respeito aos direitos humanos neste país.

    Na sessão, será lançado o volumoso livro "Direito à Memória e à Verdade", pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. O livro conta a vida de cada preso político do país durante o regime militar. O Secretário Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vanuchi, falando sobre a campanha ressaltou a importância de cada Estado reavivar essa memória.

    Nesta sessão serão homenageados o militante e fundador do PT Nacional, Manoel da Conceição Santos, o secretário de organização política do Partido Comunista do Brasil no Maranhão, Etelvino de Oliveira Nunes, a liderança Augusto José do Nascimento in memorian e o militante e professor Alípio de Freitas.

    Alípio Cristiano de Freitas, que recebe o título de Cidadão Maranhense, é português, natural de Bragança, Trás-os-Montes, onde cursou Filosofia e Teologia no Seminário Maior de São José, concluindo o curso em 1952.

    O sacerdote chegou ao Brasil em 1957 para trabalhar na cidade de São Luís, no Maranhão. Aqui foi professor de História Antiga e Medieval e História da Filosofia. Foi vigário da paróquia recém-criada no bairro Matadouro, hoje envolvendo floresta e Fé em Deus, entre os anos de 1959 e 1962.

    Em 1957, com a crise da fábrica Camboa, o então padre Alípio de Freitas iniciou uma ativa e permanente presença nos bairros conhecidos como suburbanos, estimulando a criação de associações de moradores, formação de núcleos de jovens trabalhadores e um projeto de escolas populares, cujo lema "De pé no chão também se aprende a ler", demonstra a cumplicidade que tinha com a gente dessas comunidades.

    Alípio de Freitas integrou as Ligas Camponesas, sendo eleito para a Secretaria Executiva da Frente de Mobilização Popular, cujo presidente era Leonel Brizola. O padre ainda se desligou da hierarquia da Igreja Católica, embora sem se afastar dos valores cristãos que sempre nortearam sua vida.

    Como dirigente das Ligas Camponesas, foi preso pelo golpe militar de 31 de março de 1964, mas pediu asilo no México, seguindo daí para Cuba. Retornou ao Brasil clandestinamente e participou da "guerra revolucionária" cujo objetivo era derrubar a Ditadura Militar e restabelecer a democracia. Preso em maio de 1970 foi conduzido ao DOI-CODI do Rio, onde sobreviveu á tortura depois de peregrinar por presídios como Ilha Grande, Tiradentes, Penitenciária de São Paulo, Carandiru, Brasília, Fortaleza de Santa Cruz, Bangu e Lemos de Brito.

    O ex-sacerdote, que não quer reparações do Estado brasileiro, fundaria em 1993, em Portugal, a Casa do Brasil de Lisboa.

    DATA EMBLEMÁTICA

    A deputada Helena Barros Heluy lembrou, em sessão na Assembleia Legislativa, o dia da fundação do seu partido o dia do aniversário da médica e militante comunista Maria Aragão. "Dez de fevereiro é uma data muito importante para todos nós que fazemos e vivemos o Partido dos Trabalhadores. Dia 10 de fevereiro, 29 anos da construção deste partido, 10 de fevereiro também é uma data emblemática para as lutas do povo da classe trabalhadora e a luta das mulheres no Estado do Maranhão. É uma data emblemática porque também foi o dia do nascimento de uma figura notabilíssima, muitos de nós a conhecemos e com ela convivemos nas lutas concretas do povo do Maranhão e de São Luís. Aniversário da Dra. Maria José Aragão, 99 anos" , disse a deputada.

    'Estamos em ritmo de tudo quanto se possa pensar para as celebrações dos 100 anos de Maria Aragão ", completou Helena, fazendo um apelo à Casa Legislativa:" E de logo eu chamo a atenção, deve, não apenas através da Comissão dos Direitos da Mulher, para no seu conjunto, se integrar às comemorações do centenário de Maria Aragão. "

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